Talvez uma das maiores características do ser humano, que o distingue das outras espécies vivas do planeta, seja sua capacidade de contar histórias. Tudo começa com as narrativas orais, em torno da fogueira ou em baixo de grandes árvores. O ser humano conta suas aventuras no mundo aqui e agora. Mas também histórias míticas, imaginárias, envolvendo seres encantados: deuses, heróis, monstros, ninfas, animais falantes… Ninguém sabe exatamente de onde vêm os mitos, quem os contou primeiro, quem os inventou. O que se sabe é que sua origem se perde nos tempos primordiais e em toda a vastidão do mundo. Todas as civilizações – grandes e pequenas – têm seus mitos. Esses contam, de forma recorrente, as mesmas coisas: a origem do mundo, a relação dos humanos com os outros seres da natureza, os grandes temas da existência e da condição humana. Tratam da vida e da morte, dos nascimentos, da maternidade, dos medos, do amor, da fraternidade, da amizade. Também das emoções e seus sentimentos: inveja, ciúme, amor, generosidade, egoísmo. Da força física, da sagacidade, da ingenuidade, da engenhosidade… 

Não há tema da existência humana que escape aos mitos.

Puer Aeternus

O puer aeternus é um mito descrito pela psicoterapeuta alemã Marie Louise Von Franz, discípula de Carl Jung, no livro “Puer Aeternus – A luta do adulto contra o paraíso da infância” que explicita os comportamentos insistentemente infantis apresentados em alguns homens que também demonstram certa relação de dependência para com suas figuras maternas. 

          O puer é um ser controverso: ao mesmo tempo que não consegue assumir as rédeas da própria vida, possui um imenso desejo de liberdade – que ele confunde com a ausência de responsabilidades. Por outro lado, seu potencial criativo está sempre sendo expresso de alguma maneira, criando produtos únicos a partir de sua mente curiosa. 

          Na série, esse comportamento fica claro nas atitudes de Clancy. Enquanto por um lado ele se revela extremamente inteligente e aberto a novas experiências, que desbrava através de seu programa, por outro, somos apresentados a uma figura insegura que está sempre fugindo de sua família para não encarar as dores do passado.

 Apesar da retratação contemporânea do puer em The Midnight Gospel, esse arquétipo se revela em muitas outras obras, desde as clássicas até as mais atuais. É o caso de Peter Pan e o Pequeno Princípe, bem como do lúdico Puck, personagem shakespeariano de Sonho de Uma Noite de Verão e até mesmo o errático Tony Stark dos filmes e HQs da Marvel Studios.

Peter Pan

        Peter Pan é uma figura que marcou a infância de várias gerações desde sua publicação original, a obra de J.M. Barrie, em 1902. Seja na forma de livros, filmes, séries ou peças, este é um dos mais famosos contos de fadas do mundo, que encanta com a história mirabolante do garoto que não quer crescer e se refugia em uma ilha além das estrelas, enfrentando o malvado Capitão Gancho com ajuda de sua trupe de garotos perdidos.

           A história encarna justamente o mito do puer, exemplificando de forma lúdica os problemas e vantagens da infantilidade que se prolonga. Peter é jovem, cativante, inteligente e criativo, mas ao se recusar em passar por experiências necessárias ao amadurecimento ele acaba se condenando a continuar para sempre imaturo, inseguro e inconstante na mesma proporção de suas qualidades.   

             Isso fica claro através de uma série de atitudes do personagem, tanto no filme da Walt Disney quanto no livro de J.M. Barrie. Em seu primeiro encontro com Wendy, Peter sai voando sem dar instruções a seus companheiros sobre como fazê-lo também. Ele debocha do Capitão Gancho em todos os seus confrontos e, ao final da história, se esquece completamente de quem eram Wendy e seus irmãos, demonstrando sua falta de compromisso e sensibilidade para com os outros ao seu redor.

O pequeno príncipe

        O Pequeno Príncipe é um livro do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943.

        A história acompanha a jornada de um aviador e um garoto vindo de além das estrelas procurando uma forma de deixar o deserto no qual se perderam e voltar para casa. A obra se consagrou na literatura mundial por seu caráter imaginativo que conquista as crianças pela ludicidade e os adultos pelo saudosismo referente aos tempos mais simples da infância 

          Ao chegar no deserto de forma inesperada (caído do céu), o Pequeno Príncipe pede insistentemente ao aviador (narrador do livro) que lhe desenhe um carneiro. Ele explica suas razões: seu pequeno planeta está tomado por baobás cujas raízes o estão destruindo e um carneiro poderia resolver o problema, comendo as mudas novas de baobá para conter a invasão. Na interpretação de Von Franz, os baobás são a expressão simbólica da mãe devoradora que não permite que o filho cresça. O carneiro representa a inocência e a pureza da infância. De fato, um dos grandes desafios dos adultos é, ao crescer e se libertar da proteção da mãe, não perder a conexão com a infância que, de certa forma, é a continuidade da alegria e da criatividade.

         O garoto da história, tal qual todo jovem tomado pelo arquétipo pueril, encara dificuldades imensas para lidar com seus próprios sentimentos e entender a responsabilidade que detém sobre aqueles que se envolvem em sua vida. Ele chega até mesmo a fugir para outro mundo para não ter que se resolver com sua companheira, a Rosa. Diferentemente de Peter Pan, esse é um personagem que melhor explica o potencial do puer – ao encarar suas dores e complicações, ele encontra formas de seguir em frente e tornar-se uma versão melhor de si mesmo. 

           Através de sua mente inocente, aqueles que acompanham sua jornada dentro e fora do universo da obra são inspirados a lidar com a vida de forma mais descomplicada e se reconectar com sua criança interior. Seu caráter curioso e transformador cria situações que geram alertas para a necessidade esquecida pelos adultos de comungar com a natureza e valorizar suas relações.

 

Prometeu

         Na mitologia grega, Prometeu é um titã extremamente criativo e filantrópico, sempre intercedendo para salvar a humanidade da crueldade dos deuses. Em seu mito mais famoso, conta-se que os homens haviam sido abençoados com o fogo em troca de adorarem aos deuses, mas eventualmente eles se esqueceram disso e Zeus decidiu castigá-los. Então, durante uma assembleia no Olimpo para decidir o destino da humanidade, Prometeu propôs a Zeus que escolhesse entre dois sacos, um repleto de ossos e envolto em gordura e outro menor, com uma porção de carne dentro. 

          Zeus escolheu o primeiro, mas se enfureceu ao perceber que este foi propositalmente besuntado com gordura para induzi-lo ao erro e que os homens ficaram com a carne. Sua decisão foi então retirar o fogo dos homens, deixando-os no frio e no escuro. Prometeu, sempre partindo em defesa da humanidade, roubou o fogo de volta, contrariando a vontade do rei dos deuses. Zeus, furioso até o limite, puniu essa atitude: Prometeu ficaria preso a uma rocha enquanto todas as noites uma águia viria para lhe dilacerar o fígado, que todas as manhãs regenera-se apenas para que sofra novamente.

           Esse caráter civilizador presente em Prometeu também aparece em uma infinidade de narrativas para além das contemporâneas e retrata justamente o simbolismo da busca por conhecimento e as consequências de desafiar as regras de uma ordem pré-estabelecida com base na ignorância e imanência. 

         A exemplo da epopéia de Gilgamesh, a mais antiga história da qual se tem conhecimento, conta-se a história do rei mesopotâmico considerado sobre-humano em sua busca pela imortalidade. Ao longo de sua jornada, Gilgamesh perde seu melhor amigo e é obrigado a contemplar a dimensão de sua mortalidade, aceitando por fim que não é uma figura imbatível. 

          Tanto Gilgamesh quanto Prometeu representam a necessidade humana de evoluir, de se permitir ser algo mais e aprender com o caminho, mas também de entender as limitações do ser e até que ponto elas são reais e válidas. 

Pandora

          Pandora, na mitologia grego-romana, foi a primeira mulher a existir, criada em conjunto pelos deuses para ser entregue aos homens como consequência das atitudes subversivas do titã Prometeu. Ela carregava consigo uma caixa que foi instruída a nunca abrir, mas, tomada por curiosidade, ela decidiu espiar dentro dela. Com a caixa aberta, quase todo seu conteúdo escapou para o lado de fora antes que Pandora conseguisse fechá-la, liberando no mundo a maldade e os sentimentos ruins, trancando do lado de dentro apenas a esperança

            Pandora é um mito que atravessou milênios e traduz como o feminino era retratado na Grécia Antiga, associando a criação da primeira mulher com a chegada dos males e azares pelos quais a humanidade teria sido tomada. A forma como essa pintura daquilo que é essencialmente feminino diverge de outras culturas ancestrais é interessante, já que chama atenção para a forma como o corpo e a mente da mulher deixaram de ser aspectos divinos a serem cultuados e se tornaram uma existência que além de impura, é responsável pela condenação moral dos homens.

            Muito se fala da ganância masculina de conquistar o mundo e a natureza, mas é preciso também lembrar-se do porquê as personagens femininas mais marginalizadas e até mesmo aquelas que são fetichizadas, como a bruxa e a ninfa, nunca parecem se preocupar com isso. Elas não precisam conquistar a natureza – elas são a natureza. 

           No entanto, os vícios e exigências de uma sociedade majoritariamente patriarcal e baseada no acúmulo de bens cortou esse vínculo e condenou o processo de “encontro com a deusa” para um cargo considerado quase que ridículo. Por outro lado, diversas narrativas mantêm vivas o arquétipo de Pandora em seus dois polos principais, isto é, a força do feminino e o desencadeamento de gigantesco efeito dominó gerado pela curiosidade. Em Jogos Vorazes (2012), a personagem Katniss Everdeen gera uma revolução sobre a estrutura social cruel e opressora de uma sociedade distópica ao se impor diante do monopólio de poder informação vigente, fazendo com que a obra aborde precisamente as implicações da liberação de um poder destrutivo na busca pela mudança. Em Madame Bovary, de Gustave Flaubert, a personagem Emma trai seu marido na busca por satisfação, denunciando o extremo ímpeto curioso que domina a personagem para além das convenções sociais. 

anima & animus

          Na psicologia junguiana, anima e animus são um par que ocupa a psique humana, sendo anima a energia feminina presente em todo homem e animus a masculina presente em toda mulher. Apesar dessa visão binária da mente humana, essa concepção serviu a diversos fins no tratamento de pacientes e em estudos psicológicos. 

             Essas projeções arquetípicas lembram até mesmo o conceito de yin e yang, já que se trata do equilíbrio entre duas forças distintas de sua presença uma na outra. No entanto, Jung pontua que a expressão das duas formas, quando reprimidas, acontece por meio dos sonhos, denunciando que o indivíduo não está aceitando e muito menos lidando com algo que é uma parte intrínseca de si mesmo. Essas projeções do inconsciente, no entanto, não se relacionam apenas com aspectos negativos das vivências do ser, podendo também configurar um desenvolvimento pessoal extremamente positivo quando trabalhadas e desenvolvidas.

          Em uma análise contemporânea, é possível observar as relações de anima e animus se expressando mesmo em obras que antecedem a formulação desses conceitos. Por exemplo, em O Morro dos Ventos Uivantes (1847), de Emily Bronte, o personagem Heathcliff se vê constantemente tomado por instintos passionais que, apesar da expressão violenta condicionada por noções historicamente negativas de masculinidade, são essencialmente consequência de sua intensidade emocional e conexão com seus próprios sentimentos, elementos tradicionalmente considerados femininos

Yin & Yang

          O conceito da dualidade yin-yang possui origem exata desconhecida, mas é de conhecimento geral que ele pertence à tradição milenar chinesa. O paralelismo de suas duas forças é entendido como o princípio de ordenação do universo, sendo uma ideia extremamente importante na filosofia do taoísmo e revisitada até os dias de hoje. 

          Yin é o feminino, a escuridão, a terra, a absorção e a passividade. Yang, em contraponto, é a forma daquilo que é masculino, da luz, o céu, a penetração e a atividade. Esses diferentes aspectos aparecem em pares, opondo-se uns aos outros, mas ao mesmo tempo se complementando – dentro de um, existe uma parcela do outro e assim se mantém a balança do equilíbrio.

          Tanto é verdadeira essa proposição que ela até mesmo serviu de premissa para o desenvol-vimento de incontáveis histórias, desde folclore popular até a literatura contemporânea. Na obra  da escritora inglesa J.K Rowling, por exemplo, Harry Potter (2001) vive assombrado por sua estranha relação com o temível Lorde Voldemort.

            Enquanto um é a personificação da coragem e pureza de coração, o outro é o mal e a corrupção extrema a que alguém pode chegar na busca por poder. Mas, surpreendentemente, o destino dos dois não pode ser dissociado porque existe literalmente uma parte da alma de Voldemort viva dentro de Harry, fazendo com eles compartilhem poderes e pensamentos e exigindo que entrem em conflito para decidir quem irá prevalecer no final.

Nas narrativas complexas como as que estudamos, as oposições nunca são apenas oposições entre contrários. Elas também constituem pares complementares, em que um está dentro do outro, um dinamiza o outro. A tensão entre os pares de opostos complementares gera energia e impele à ação.

Conde Dracula

          O infame Conde Drácula é um personagem criado por Bram Stoker em seu romance escrito no século XIX, que leva o nome do antagonista.  Na obra, o vampiro é um senhor das trevas tomado pelo ímpeto de conquistar o mundo – resquício de seus anos como um guerreiro nos Balcãs. Seus poderes se estendem desde o controle sobre os animais noturnos até a transformação e rejuvenescimento do próprio corpo, tornando-o uma figura tão icônica que sofreu diversas adaptações e reinvenções desde então.

 

          Stoker se inspirou na história de um antigo príncipe Vlad, de O Empalador. No século XV, Vlad ficou conhecido por duas coisas: seu confronto com o sultão Mehmed II, o conquistador de Constantinopla, e a forma horrenda como o fez, empalando seus inimigos pelo caminho. Mais tarde, surgiu o boato de que ele se alimentava do sangue de seus inimigos, dando início à imagem sobre a qual Bram Stoker construiria seu próprio vampiro.

              Este é talvez um dos clássicos que mais sofreu reinvenções. Na série animada e nos jogos de Castlevania (2017), uma versão diferente de todas as outras é apresentada ao público. Aqui, Drácula é uma lenda viva tanto entre humanos quanto entre vampiros, mas sua sede de sangue se mostra secundária em relação a desolação que sente pela perda de sua adorada esposa. 

             Ele já não se delicia mais com a dor e sofrimento de suas vítimas, desejando apenas que o mundo se silencie de uma vez em relação à cacofonia da existência humana ao seu redor. Em sua guerra para extinguir a humanidade, seus amigos próximos e até mesmo seu filho o confrontam sobre essa investida sem rumo nem organização, chegando a alegar que seu cansaço evidente apenas denuncia que toda essa trama  é apenas a maior carta de suícidio da história para ele.  

Carmilla

         Carmilla é originalmente um livro escrito no século XIX pelo holandês Sheridan Le Fanu, que conta a história da vampira de mesmo nome através dos relatos da personagem Laura, que além de sua vítima, é também seu envolvimento amoroso. Essa foi uma das primeiras obras góticas a explorar o mito do vampiro, bem como O Vampiro, de Polidori, sendo um dos pioneiros na criação de um novo gênero literário alimentado pelas lendas do leste europeu sobre mortos que retornam com sede de sangue. 

           A antagonista se tornou tão icônica por sua atitude sedutora quanto por sua habilidade nata de se misturar e enganar aqueles ao seu redor, servindo de inspiração para inúmeras histórias contemporâneas como Vampire Hunter D: Bloodlust (2001) e Castlevania (2017).

 

            Na própria série animada de Castlevania, Carmilla se revela uma personagem manipuladora e visceral, seduzindo aqueles que considera serem úteis e eliminando os inimigos que se colocam em seu caminho. É o caso de sua relação com Hector, o mestre da forja de Drácula, a quem convence a trair o mestre e se juntar a sua causa. Somente quando já virou as costas para tudo o que acreditava, Hector percebe que não pode mais reparar suas decisões nem sair do centro da armadilha de Carmilla.

 

Sombra

        A sombra é um dos arquétipos mais estudados por Jung, representando as partes do ser que são relegadas a um estado periférico, isto é, negadas e repudiadas porque despertam características e histórias que causam desconforto e conflitos internos. Isto é, os aspectos de nós mesmos que não temos coragem para enfrentar ou reconhecer, mas que também são partes inerentes de cada pessoa. 

      A sombra, no entanto, não é puramente um aspecto negativo da subjetividade humana. Na verdade, a sombra é uma porta para uma jornada de autoconhecimento e cura. Através de seu enfrentamento, é possível fazer as pazes com traumas passados e encontrar paz de espírito no presente. 

            É essa a premissa do filme Cisne Negro (2010), do diretor Darren Aronofsky. A história acompanha a bailarina Nina que precisa revirar suas dificuldades e imperfeições para interpretar as personagens Odette e Odile em O Lago dos Cisnes. Nina demonstra excelência em sua versão de Odette, que é tomada por pureza e graciosidade, mas se vê tomada por uma série de impulsos destrutivos e até mesmo punitivos para encarnar a sedutora e poderosa Odile, sendo obrigada a enfrentar sua sombra em uma jornada que reflete a fragilidade da psique humana. 

Mito da aranha

          Diversos mitos sobre a aranha enquanto uma entidade mística existem na tradição clássica e no folclore popular de diferentes sociedades. Na mitologia grega, Aracne era uma tecelã habilidosa que foi transformada em aranha após ferir o orgulho da deusa Atena, desafiando-a para um duelo de tecelagem – algumas versões contam que ela venceu, outras não. Anansi, nos mitos de onde atualmente está situado o país de Gana, era um homem malandro e trapaceiro que um dia fez uma teia de seda que se estendia até o infinito para alcançar o deus Nyame, detentor de todas as histórias, pois queria levá-las à sua aldeia e fazer seu povo se divertir com elas. Todas as narrativas envolvendo Anansi o mostram recorrendo a sua habilidade de tecer, amarrar e desamarrar seus fios.

          Em todas essas histórias, alguns elementos em comum acabam por mostrar que há, na origem dessas narrativas, um verdadeiro arquétipo. A aranha, independentemente da moral de suas intenções, é sempre um personagem ambíguo e bem articulado, capaz das maiores maquinações para envolver e envenenar.

           É o caso da personagem Maeve do livro Trono de Vidro, da escritora Sarah J. Maas. Maeve é um demônio que se cansou da solidão de seu mundo sombrio e atravessou para outra realidade, acompanhada de suas damas de companhia: aranhas gigantes com poderes de fala que negociam sua seda pela beleza e juventude dos mortais. Gananciosa e vaidosa, Maeve invadiu as mentes dos feéricos da cidade de Doranelle e os fez acreditar por séculos que ela sempre foi sua rainha.

             Mais tarde, quando passou a se sentir ameaçada por heróis revoltados com sua tirania e pela iminência de um confronto com a família que deixou para trás, ela passou a abertamente caçar e matar aqueles que se opunham a ela, mas não sem antes utilizá-los para seus propósitos e divertimentos tanto na vida real quanto dentro de seus próprios inconscientes, prendendo a todos em sua teia de poder.