O mito das sereias e as derivas do imaginário

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Ivan Aksenchuk A Pequena Sereia Título original: Rusalochka 1968 Livre 29 min

Por Thiago de Sousa Brandão e Florence Dravet

Este artigo se propõe a descrever e interpretar obras das artes plásticas em torno do mito das sereias, partindo da narrativa homérica e observando suas estéticas. Trata-se de perceber o efeito da reverberação da sonosfera original (o canto das sereias em Homero) no imaginário moderno dos séculos XIX, XX e XXI. A pesquisa parte da concepção junguiana de mito em seus aspectos constitutivos da psique, da noção de “efeito sereia” proposta por Sloterdijk (2016) e da crítica de Cavarero (2011) sobre o silenciamento das sereias. Propõe uma compreensão sonosférica do mito das sereias da qual as várias interpretações visuais da modernidade derivaram. Conclui-se sobre a perda de sentido mítico na sociedade moderna e aponta-se para a música como possível reencontro das origens perdidas

A dimensão aurática das imagens-sonho no tarô e nas histórias em quadrinhos

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Anime baseado no mangá “Durarara!!” de 2004-2014

Por Florence Dravet e Ciro Inácio Marcondes

As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poética atuante nas brechas entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. A partir dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman adentramos a poeticidade dessas imagens que consideramos imagens- sonho dotadas de potência aurática imaginante. Também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano. A análise de tiras Gasoline Alley, de Frank King, ampara nossa proposta. Concluímos que os saberes imagéticos do tarô baseiam-se em uma linguagem que ultrapassa códigos e sistemas de significação, estendendo seu alcance a uma potência latente, atuante na dimensão aurática das imagens-sonho. Dimensão também presente nas imagens dos quadrinhos, cuja teorização permite abrir-se a competências imaginativas.

O mito e o digital na ciência da comunicação

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Ghost in the Shell 2: Innocence , 2004

Por Florence Dravet

O objetivo desta pesquisa é identificar como o mito é tratado na produção científica mais recente em comunicação e que relações se estabelecem entre saberes do mito e as características da comunicação digital. Procede-se a uma revisão de escopo, nas bases Scopus e Web of Science. Estabelece-se um mapa da distribuição geográfica das publicações, identificam-se as palavras-chave recorrentes, para então lançar um olhar analítico sobre o conteúdo dos artigos. Percebe-se que o mito ora é tratado como oposição à realidade, ora como representação simbólica. Por fim, sete artigos são analisados em profundidade por fazerem uma abordagem teoricamente consistente à noção de mito. Os resultados apontam para uma lacuna a ser preenchida sobre mito e cultura digital. Os estudos do imaginário podem ser melhor aplicados em abordagens científicas para se estudar o fenômeno midiático e suas transformações na era digital.

Florence Dravet

 

A leitura e o digital: o nascimento de uma cultura pós-literária no Brasil

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Irmão do Jorel, Cartoon Network 2013

Por Florence Dravet e Gustavo de Castro

A partir das pesquisas “Retratos da leitura no Brasil” do Instituto Pró-livro discute-se as relações entre oralidade, escrituralidade e visualidade na cultura brasileira. Abordamos a problemática da leitura digital à luz das investigações ainda em estado inicial apresentadas por Wolf (2019) e fazemos a hipótese de uma cultura pós-literária em formação no Brasil que necessita do cuidado, atenção e políticas públicas de preservação e desenvolvimento das competências de leitura e imaginação.

 

 

Aprendizagem, meios digitais e afetos: proposta para um novo paradigma na educação superior

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Perfect Blue, Satoshi Kon,1998

Florence Dravet e Gustavo de Castro

Relaciona-se a presença dos meios digitais com os conhecimentos necessários a uma formação integral do ser humano, conjunção entre saberes racionais – capacidade de síntese e análise – e saberes afetivo-emocionais – capacidade de viver com o outro – propiciadora do saber viver e do pensar bem. A fim de contribuir para a reflexão crítica sobre o poder da tecnologia digital enquanto forma de avançar nos processos de aprendizagem, a proposta baseia-se na teoria da complexidade. Foi feita uma revisão bibliográfica seguida de pesquisa exploratória consistindo na análise comparativa de sites dedicados a propostas inovadoras em educação. Conclui-se que a presença dos meios digitais no ambiente educativo apresenta vantagens práticas para aquisição racional de conhecimentos. Porém, os meios digitais deixam lacunas afetivas a serem preenchidas por meio do ensino da ética das relações entre seres humanos na vida pessoal, social e coletiva.

 

Novos sentidos do mito em pesquisas científicas sobre mídia digital

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Serial Experiments Lain , 1998

Por  Florence Dravet

Como as diferentes áreas do conhecimento tratam do mito na pesquisa sobre mídia digital? Objetivos: 1) identificar artigos científicos que estabeleçam uma ligação entre o mito e a mídia digital; 2) analisar os tipos de abordagem do mito; 3) identificar tendências, lacunas e possíveis contribuições teóricas para o avanço dos estudos do mito nas mídias digitais, por meio de uma revisão do escopo na literatura científica dos últimos cinco anos. A maioria dos artigos trata o mito em seu sentido de narrativa falsa, enquanto outros o tratam como um objeto teórico. Há uma tendência em buscar metodologias de combate às falsas narrativas que circulam nas redes sociais e dificultam a divulgação científica.